Butantan e Fiocruz são os anfitriões da 25ª edição do DCVMN
São Paulo sedia reunião anual de fabricantes de vacinas de países em desenvolvimento, que em 2024 debate novos rumos para aumento do acesso aos imunizantes
Reportagem: Marcella Franco
Imagens: Divulgação
Nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2024, o Brasil recebe a 25ª edição do DCVMN, que tem como anfitriões o Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, e a Fiocruz, e cujo tema é “Novos Rumos para o Aumento do Acesso à Vacina e à Sustentabilidade Ambiental”. Anualmente, autoridades de todo o mundo na área de pesquisa e produção de vacinas se reúnem nos congressos promovidos pela Rede de Fabricantes de Vacinas de Países em Desenvolvimento (DCVMN - Developing Countries Vaccine Manufacturers Network). A ideia é debater a produção de imunizantes que protejam as populações contra doenças emergentes.
Criada entre os anos de 2000 e 2001, a organização tem sede na Suíça. Seu CEO é o bioquímico Rajinder Suri, que detém mais de 40 anos de experiência em produtos farmacêuticos e biológicos na Índia e em outros mercados internacionais e abriu a sessão inaugural desta edição.
“Teremos três dias intensos de discussões e interações, para encontrar soluções e nos preparar para qualquer emergência de saúde pública”, resumiu Rajidner Suri, CEO do DCVMN, durante a sessão de abertura.
“No ano passado, tive a felicidade de participar da edição do DCVMN na África do Sul, e fui impactado pelo comprometimento e determinação de todos. Ali, sugerimos encarar o desafio de organizar essa reunião aqui em São Paulo. O desafio foi imediatamente abraçado pelo diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, e pela Fiocruz”, discursou Saulo Simoni Nacif, diretor executivo da Fundação Butantan. Além de Nacif, a Fundação Butantan esteve representada por boa parte da sua diretoria e diversos colaboradores, que prestigiaram e contribuíram com o evento.
Para Esper Kallás, ser um dos anfitriões do jubileu de prata do DCVMN é “um sonho e uma honra”. “O futuro demanda expandirmos a capacidade, tornando as vacinas mais acessíveis. Os desafios não vão diminuir, pelo contrário, os sinais mostram que a dificuldade vai aumentar e que novas ameaças virão. Há várias coisas a se abordar, como recursos escassos e o aquecimento global, que acontece de forma dramática e mudará as condições para novos patógenos”, afirmou o diretor em seu discurso na mesa de abertura.
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, que compareceu à abertura representando a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que o DCVMN é um símbolo de que países menos desenvolvidos podem dar sua contribuição à saúde mundial.
“Depois de anos de negacionismo, o Brasil volta a recuperar a cobertura vacinal em quase todas as vacinas. Temos que celebrar a vacina como o maior instrumento de política pública para proteger as pessoas. Se hoje a saúde é a prioridade da estratégia brasileira, devemos muito a instituições como o Butantan e a Fiocruz”, completou.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, participou da sessão inaugural com mensagem gravada em vídeo. “Muitos países não têm acesso a vacinas, o que acarreta em 1,5 milhão de mortes todo ano por doenças preveníveis. Precisamos de mais transferências de tecnologia e produção nesses países, de investimento e de mais pesquisas”, disse.
Nos três dias de evento estão programadas conversas sobre mecanismos de financiamento, novas tecnologias, engajamento do setor privado para impulsionar a manufatura regional, hesitação vacinal e aumento da confiança, além de estratégias para o desenvolvimento de vacinas consideradas prioritárias, como os imunizantes contra a malária, a meningite e a dengue.
No ano passado, a reunião anual do DCVMN aconteceu na Cidade do Cabo, na África do Sul, e teve como tema “Aceleração da Fabricação Regional Sustentável de Vacinas por meio de Parcerias Globais”. A edição anterior, em 2022, aconteceu em Pune, na Índia, e tratou de igualdade e Covid-19.
Esta não é a primeira vez que o DCVMN – que é aberto apenas para convidados – acontece no Brasil. As edições de 2007 e 2019 tiveram como sede a cidade do Rio de Janeiro.
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