Butantan sedia simpósio sobre inovação e transformação no setor público

Evento reuniu autoridades e especialistas da academia e contou com a presença de André Mendonça, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

Reportagem: Marcella Franco
Imagens: Comunicação Butantan

O Butantan realizou nesta segunda-feira (28) o “Simpósio Inovação e Transformação no Setor Público”, que reuniu autoridades de variadas instâncias para debater perspectivas da inovação e do desenvolvimento científico e tecnológico. André Mendonça, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve presente ao evento, que contou com a participação de Saulo Simoni Nacif, diretor executivo da Fundação Butantan; Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan; Flávio Borgheresi, diretor jurídico da Fundação Butantan; e Carmino Antonio de Souza, presidente do Conselho Curador da Fundação Butantan.

“Uma oportunidade como essa de discutir inovação com quem tem um papel tão fundamental na política brasileira e na ciência nacional é inigualável”, definiu Esper Kallás. “A inovação é estratégica para o desenvolvimento, para a autonomia e, por que não dizer, para a soberania nacional. Seja essa inovação tecnológica, de produto, de serviço, de processos, de negócios”, afirmou Saulo Simoni Nacif em seu discurso de abertura. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça fala em evento do Butantan

“É imprescindível que tenhamos um ambiente em que as instituições em seus diferentes níveis trabalhem em harmonia, de forma articulada, com respeito a suas atribuições, normas, direitos e deveres. E esperamos também que no fim do dia mais inovação resulte também em melhor qualidade de vida para a nossa população, mais justiça social, menos desigualdade, mais empregos, mais segurança física e jurídica.”

O ministro do STF André Mendonça, em sua fala no primeiro dos dois paineis do simpósio, pediu que os pesquisadores do Butantan presentes na plateia se levantassem, e prestou reverência aos profissionais. Em seguida, discorreu sobre governança pública e suas fases no mundo e no Brasil. “Ela é um direito fundamental”, disse Mendonça. 

“Inovação é a chave para o desenvolvimento”, resumiu o ministro sobre o tema principal do simpósio. “Se eu não estiver inovando e me antecipando, o risco de não estar preparado na hora da crise é imenso. E se a eficiência é um princípio, a inovação permite o que se chama de uma eficiência radical, que é uma filosofia que visa diminuir os custos da administração pública sem diminuir a qualidade na prestação dos serviços, e fazer tudo isso mediante a adoção de novas buscas de soluções que contemplem novos pontos de vista.”

Saulo Simoni Nacif, diretor executivo da Fundação Butantan, em fala de abertura do evento

Entre os convidados estavam Renato Martins Costa e Maxwell Borges de Moura, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; Flavia Cristina Merlini, promotora das Fundações do Estado de São Paulo do Ministério Público do Estado de São Paulo; Giovanni Guido Cerri, diretor do Núcleo de Inovação do Hospital das Clínicas; Andre Rauen, assessor especial da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial); Maria Carolina Foss, professora e coordenadora da graduação em direito no Insper; Tereza Cristina Branco Toyama, advogada sênior na Fundação Butantan; Fernando Pereira da Silva, promotor de justiça do MPSP e primeiro secretário da Associação Paulista do MP; Cristina Balestrin, coordenadora do Programa de Saúde Digital da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo; Eloísa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina; e Levi Pompermayer Machado, diretor de Ambientes Inovadores e Inteligência de Mercado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas. 

Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, ao lado do ministro do STF André Mendonça

No segundo painel do “Simpósio Inovação e Transformação no Setor Público”, um dos focos foi a Lei de Inovação Tecnológica (10.973), de dezembro de 2004, e revogada por um decreto de 2018. Primeira lei brasileira a tratar do relacionamento entre universidades e instituições de pesquisa com empresas privadas, ela objetiva estimular a parceria entre o poder público, a academia e o setor privado. Por meio dela são criadas regras para o estímulo à inovação nas empresas e à criação de fundos de investimentos para a inovação, entre outros aspectos. 

As PDPs (Parcerias Público Privadas) também estiveram no centro do debate. As parcerias são parte fundamental do projeto estratégico do Butantan para os próximos 30 anos, e uma das principais ferramentas para que a instituição possa acelerar a diversificação da sua produção.

Flávio Borgheresi, diretor jurídico da Fundação Butantan agradece aos convidados

Flávio Borgheresi, diretor jurídico da Fundação Butantan, celebrou a presença de André Mendonça no evento. “É muito importante mostrar para o IB que temos a atenção de um ministro do STF. Este foi um evento muito bom, em que a gente conseguiu trazer uma equipe multidisciplinar com pessoas da área do direito, pesquisadores, economistas. Essa visão multilateral da lei de inovação engrandece a discussão, e foi bem proveitoso e importante para quebrarmos alguns dos nossos dogmas.” 



 

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